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A importância da inovação no ensino e aprendizagem dos alunos

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O mundo em que vivemos se transforma em uma velocidade muito superior à do sistema de educação tradicional. Por essa razão, o desafio de propor formas de aprendizado efetivas para as próximas gerações aumenta mais e mais a cada dia.

 Já que não sabemos exatamente o que o amanhã nos reserva, como preparar os jovens para os desafios do desconhecido?

Na prática, o entendimento é de que modelos de educação mais flexíveis têm mais condições de assimilar mudanças quando comparados a formatos rígidos. Afinal, como verificamos ao longo da história da humanidade, a capacidade de adaptação e de superação de adversidades garantem a continuidade da nossa existência.

É frente a essa realidade que cabe a nós questionar: qual é a tarefa da escola hoje? Pensando nisso, reunimos aqui algumas iniciativas que buscam repensar o papel dessa instituição, considerada o alicerce de qualquer sociedade, assim como os processos de inovação no ensino. Nesse caso, ao contrário do que acontece nos modelos educacionais conservadores, os alunos são agentes ativos em sua própria formação. Curioso para entender melhor tudo isso? Então acompanhe!

A necessidade da inovação
Ken Robinson, da Swanson Primary School, afirma que as crianças que começam hoje a educação básica provavelmente só se aposentarão em 2065. Isso mesmo: 2065! E olha que já está difícil estimar o que pode acontecer nos próximos 5 anos! O interessante é que, por mais que seja assustadora para alguns, essa imprevisibilidade dos acontecimentos pode ser motivo de entusiasmo para outros.

O que nos espera? Essa é uma das perguntas que as mentes inovadoras mais se fazem ultimamente. E é essa curiosidade sobre o futuro uma das grandes responsáveis por conectar diferentes culturas, indústrias e profissionais em todo o mundo, em um processo que não só cria soluções, como apresenta novos questionamentos.

Por definição, a inovação é o processo que busca tornar nossas vidas melhores. Ela cria recursos que nos afetam nos mais diversos aspectos, alterando a maneira como nos comunicamos, aprendemos e pensamos. E isso, consequentemente, modifica nossa visão sobre o mundo.

Muitas escolas acreditam que apenas levar computadores e outros dispositivos eletrônicos para a sala de aula já está de bom tamanho em matéria de inovação. Contudo, muito além de simplesmente incluir a tecnologia no dia a dia dos estudantes, é preciso inovar nos recursos pedagógicos, de maneira a fazer com que se dê, de fato, um passo à frente na educação dos alunos.

Uma série de dispositivos e serviços impulsionados pela tecnologia estão revendo os limites de quem consegue aproveitá-los. Segundo James Flynn, filósofo e pesquisador da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, os índices de QI (Quociente de Inteligência) nunca foram tão altos mundo afora. Para o estudioso, isso está diretamente relacionado aos inegáveis avanços na educação. Apesar disso, ainda não somos capazes de solucionar aqueles que continuam sendo os grandes desafios do século XXI, como a desigualdade, a inacessibilidade à água potável e as mudanças climáticas.

A revolução para a qual devemos trabalhar, antes de mais nada, é a social. Nisso está fundada a necessidade de uma educação que amplie o entendimento dos estudantes sobre o mundo, dialogando com a tecnologia e os avanços na ciência. Tudo isso sem deixar de investir na humanização e na ampliação individual da consciência.

Considerando um futuro cenário de economia compartilhada, os estudantes devem aprender a ser mais proativos e persistentes, além de cada vez mais aptos a abraçar riscos. Afinal, as carreiras mais promissoras serão aquelas criadas pelas pessoas e para as pessoas. Uma educação inovadora deve promover o diálogo entre as necessidades da sociedade que nos cerca e as possibilidades tecnológicas para resolver problemas.

Os desafios da educação
Segundo dados do Relatório de Desenvolvimento 2012, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), 1 em cada 4 alunos que iniciam a educação fundamental no Brasil abandona a escola no último ano. Segundo o Ministério da Educação, a evasão no Ensino Médio em 2005 era de 10%. Em 2007, o MEC levantou que 2,9 milhões de estudantes que abandonaram as aulas em um ano, retornaram no seguinte, engrossando o índice de distorção entre idade e série.

Os motivos para a evasão escolar são variados, indo desde a necessidade de iniciar no mercado de trabalho e as dificuldades de aprendizado, passando pelo bullying, por doenças e mudanças de endereço, até chegar à falta de incentivos em casa e à falta de interesse na escola. Algumas dessas causas podem ser solucionadas com a ajuda do poder público. Outras, no entanto, estão nas mãos dos gestores escolares e de suas equipes.

Além de enfrentarem os desafios de um país marcado pela desigualdade social, escolas inovadoras ainda devem empoderar as crianças, dando a elas voz, repassando-lhes responsabilidades e atraindo os pais e a comunidade para perto. Se os gestores de uma instituição de ensino percebem que um estudante tem se ausentado, é papel deles comunicar a família e elaborar soluções para que o aluno seja recebido no ambiente escolar com regularidade.

A motivação dos alunos também é um fator relevante. Segundo Tião Rocha, antropólogo e educador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), em Belo Horizonte, o aprendizado pode se tornar uma brincadeira constante, em que os alunos se envolvem ludicamente na aquisição do conhecimento. Escolas inovadoras também precisam revolucionar o modelo de aulas, fazendo com que professores desçam do tablado para fazer a mediação entre os alunos e a construção ativa do conhecimento.

As principais metodologias
Alguns métodos que já se consolidaram em escolas de Pedagogia em todo o mundo têm atingido resultados satisfatórios para uma educação mais inovadora em nosso país. Vamos conhecer brevemente alguns deles?

Método Pestalozzi
No método Pestalozzi, acredita-se que, no lugar de dar as respostas prontas para os alunos, é preciso encorajá-los a descobri-las por si mesmos. Isso ajuda os estudantes a aprenderem a observar, imaginar, julgar e raciocinar de forma autônoma.

Método Montessoriano
Criado por Maria Montessori, o método entende que é a curiosidade natural da criança que a leva a aprender, desde que ela esteja em um ambiente satisfatoriamente instigante. Por isso, o espaço é preparado de forma que a criança tenha fácil acesso a livros, brinquedos e outras ferramentas pedagógicas, a fim de também incentivá-la a preservar a ordem.

Essa prática, que é um dos pilares do método, tem por objetivo colocar em exercício a autonomia do ser em formação, razão por que também aposta na realização de trabalhos manuais e privilegia experiências de contato concreto com a realidade aos conceitos abstratos.

Método Harkness
O método Harkness transforma a sala de aula em um espaço de conferência, proporcionando a interação. Os estudantes se sentam em volta de uma mesa circular, configuração que desperta neles a responsabilidade e o gosto por compartilhar suas descobertas com os colegas. Trata-se de uma alternativa às cadeiras enfileiradas, estimulando o pensamento crítico e o senso de coletividade.

A inovação na prática
Quais são os desafios impostos pelas novas gerações para as salas de aula? Continuamos a ouvir o eco dessa pergunta, não é mesmo? No Brasil, algumas escolas já propõem respostas ideais para remodelar a educação, fornecendo ferramentas para que os estudantes integrem processos inovadores e adaptem seu modo de agir em um futuro repleto de desafios. Confira-as a seguir!

Gestão democrática
Com uma proposta de educação baseada na democracia, a Politeia Escola Democrática, localizada na cidade de São Paulo, incentiva a gestão compartilhada e horizontal, na qual tanto os alunos como os educadores são componentes ativos. Os estudantes opinam nas questões referentes ao currículo, nas atividades pedagógicas a serem adotadas e assumem responsabilidade na convivência com a comunidade escolar.

Para isso, a instituição faz assembleias semanais, reunindo professores, alunos e funcionários para estabelecer regras de convivência e dinâmicas de uso dos espaços e materiais. Dessa forma, os alunos identificam e compreendem melhor quais são os direitos, bem como os deveres de cada membro da comunidade.

As assembleias também são um espaço para a resolução de conflitos. Os alunos envolvidos no conflito se sentam para conversar junto de mediadores. O problema é discutido abertamente e são propostas soluções, que devem ser acompanhadas durante a semana para testar sua eficácia. Nessa escola, a instância máxima (e coletiva) de decisão é o Conselho Escolar, composto por estudantes, educadores, funcionários, pais e demais membros da comunidade.

Redefinição das regras
A neozelandesa Swanson Primary School institui uma política de valorização da criatividade e suspensão de regras para a hora do recreio, deixando as crianças livres para brincar como bem desejam, sem o controle dos adultos.

A ideia é confiar no senso de responsabilidade das crianças, para assim cuidarem de si mesmas e aprenderem com os próprios erros. O experimento, conduzido por universidades locais, deu certo! Foram registrados menos acidentes, menos casos de vandalismo e bullying. Isso sem contar que a concentração das crianças nas aulas aumentou, bem como a vontade de irem à escola.

Reorganização dos espaços
Também em São Paulo, pequenas salas cederam espaço para 3 grandes salões. A iniciativa foi da Escola Municipal de Ensino Fundamental Desembargador Amorim Lima. De acordo com os ciclos de formação (1º e 2º anos, 3º a 5º anos e 6º a 9º anos), os estudantes desenvolvem suas atividades em um mesmo ambiente. Os alunos se reúnem em grupos de 5 e fazem suas tarefas diárias com a supervisão dos professores. A diretoria da escola acredita que, assim, alunos e professores trabalham em parceria, compartilhando o espaço e as atividades pedagógicas.

Na escola, os estudantes recebem apostilas com roteiros de pesquisa e cada um escolhe a ordem que deseja seguir. Até o final do ano, todas as atividades que constam no roteiro devem ser cumpridas. Os alunos podem fazer pesquisas na biblioteca, na sala de informática ou nos livros didáticos distribuídos pelo salão. Assim, mesmo que estejam em um mesmo grupo, não estão necessariamente no mesmo roteiro de pesquisa. De toda forma, com essa disposição, eles aprendem a trabalhar em equipe, desenvolvendo assim o espírito de colaboração.

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